Por mais que eu tente parecer racional, a indiferença começa a virar característica falha diante de certas situações. E você se pega pensando naquela coisa mais do que deveria, mais até do que queria.
O final é sempre o final, com o corte profundo no meio e sangue jorrando em todas as possíveis direções.
É claro que depois de um tempo, aqueles pejorativos votos de felicidade e falsa amizade já nem te irritam mais, porque afinal, ninguém vai parar no tempo pra te dar a mão ou esperar que se recupere do último tombo.
Ainda me sinto cega diante de certas vantagens, porque trocar o improvável pelo duvidoso não me parece assim tão conquistador.
É fácil se dizer imune quando estás apoiado no teu próprio chão, sem algum vilãozinho em potencial pra puxar o teu tapete.
Complicado é driblar a tão constante fraqueza diante de certos olhos. Ainda mais quando eles se colocam em cinco centímetros de distância dos teus.
Quando se nasce pra ser vítima, não há boa vontade que cure. Nunca poderás ter o controle acerca dos passos alheios, e ser sensível, aí, é quase castigo, já que quem nasceu pra ser carrasco estará te manipulando como uma boba marionete.
E de repente surge o tão pequeno impecilho, que é o gostar desse sofrimento todo. Deve ser pelo fato de nunca nada ter dado certo e o fim ser sempre deprimente diante de bilhões de outras pessoas.
A dor se torna tão constante, que tu chegas a sentir falta dela, pra te fazer companhia em qualquer lugar e mover lápis e canetas por ti empunhados.
Bingo.
Uma chuva de pétalas, repleta de gratidão, para a sutileza mais nobre e respeitosa de todas: a solidão.