segunda-feira, 5 de novembro de 2007

É insensato, eu sei, mas é sempre a minha autenticidade que está em jogo.
Por mais que eu tente parecer racional, a indiferença começa a virar característica falha diante de certas situações. E você se pega pensando naquela coisa mais do que deveria, mais até do que queria.
O final é sempre o final, com o corte profundo no meio e sangue jorrando em todas as possíveis direções.
É claro que depois de um tempo, aqueles pejorativos votos de felicidade e falsa amizade já nem te irritam mais, porque afinal, ninguém vai parar no tempo pra te dar a mão ou esperar que se recupere do último tombo.
Ainda me sinto cega diante de certas vantagens, porque trocar o improvável pelo duvidoso não me parece assim tão conquistador.
É fácil se dizer imune quando estás apoiado no teu próprio chão, sem algum vilãozinho em potencial pra puxar o teu tapete.
Complicado é driblar a tão constante fraqueza diante de certos olhos. Ainda mais quando eles se colocam em cinco centímetros de distância dos teus.
Quando se nasce pra ser vítima, não há boa vontade que cure. Nunca poderás ter o controle acerca dos passos alheios, e ser sensível, aí, é quase castigo, já que quem nasceu pra ser carrasco estará te manipulando como uma boba marionete.
E de repente surge o tão pequeno impecilho, que é o gostar desse sofrimento todo. Deve ser pelo fato de nunca nada ter dado certo e o fim ser sempre deprimente diante de bilhões de outras pessoas.
A dor se torna tão constante, que tu chegas a sentir falta dela, pra te fazer companhia em qualquer lugar e mover lápis e canetas por ti empunhados.
Bingo.
Uma chuva de pétalas, repleta de gratidão, para a sutileza mais nobre e respeitosa de todas: a solidão.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Caminhar no escuro se torna um hábito quando não se sente mais medo.
Mas de que adianta toda essa idéia de coragem, quando perdes o chão ao ver a luz que se dá quando aquele olhar perdido cruza com o teu, mesmo sem querer? É tudo tão falso.
A mesma hitória repetitiva da "busca eterna por respostas" que já me rendeu algumas boas horas de insônia. Queria ao menos uma vez sentir alguma coisa que lembrasse satisfação interna.
Ao mesmo tempo em que o irreal me cerca e me joga na cara quase tudo o que eu sempre quis, sobra um espaço indevidamente grande que espera o algo "certo" para tomar como partido. (usa-se o "certo", já que pra mim, perfeição nunca existiu)
Desejaria que todas as sensações e luzes que sinto no meio de tanta gente, se reproduzissem também em outra ocasião, com outros propósitos.
Às vezes abro os olhos e acho mesmo que to vivendo naquela coisa fantasiosa que crio nas horas de ócio.T alvez minha atitude mais infantil e graciosa.
Já deixei de querer saber em que parte do caminho recolhi essa tal de ilusão que, desde então, anda tão diariamente em meu encalço. Quero mesmo é saber como agir para deixá-la para trás, transformar os sonhos bobos em algo verdadeiro.

Faz tudo parte da fé substancial e maluca, que encontrei em mim.

No meio da noite e depois de um sonho ruim, lembrei de chamar teu nome. Teu nome, aprendido horas antes e várias vezes repetidos.

E pensar nas tuas cores na minha, juntas e reluzentes.

Mais ou menos na hora de fechar os olhos, os flashes já me acompanham, uma enxurrada de memórias que eu talvez devesse esquecer. Quanto tempo, um mês, dois, um semestre, um ano, dois? Há quanto tempo entraste na minha vida? Entraste mesmo ou foi só uma pequena passagem, a qual eu chamei vagamente de ‘nossa história’?

Dizem que o tempo é que é o dono da razão, mas são justamente suas, as horas, que me trazem tanta angústia. Elas (as horas que passei contigo) (as muitas) gostam de ser fazer parceiras daquilo que eu chamo de mal maior, as lembranças, e também insistem em me fazer companhia em todos os momentos. Nos últimos dias, meu travesseiro, o confidente, nem ele mais agüenta saber de você. Já me disse que não sabe responder onde te encontrar, quais foram nossos erros, e os detalhes que deixei escapar. Nem ele sabe, nem eu sei. Talvez nem você saiba.

Na minha pele e na tua, nenhuma ligação, somente a presença, a época e o momento. Novamente, os malditos momentos, os reflexos no espelho, os gemidos de dor. Ah, a dor. Gostamos dela, não gostamos?

Se ler com atenção, talvez lembre como eu, dos detalhes nas entrelinhas.



[de 04-09]

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Alguém faz cessar essa voz insuportável que fica todo o tempo repetindo dentro da minha cabeça que eu deveria ligar, abrir o jogo e parar de ser assim.

Ela não tem razão nenhuma, não tem força nenhuma, mas está a um passo de me enlouquecer. Eu já sei que menti, que me enganei. Então pronto, já pode parar de resmungar isso, já pode deixar de lado as coisas que eu deixei pela metade. Elas que se resolvam, não tenho mais forças pra elas. O jogo? Enfim o jogo acabou, por falta de participantes. Game over.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A mente tardia ainda espera o nascer do Sol para expulsar seus próprios demônios. Aqueles que tomam conta de sua vida e guiam cada um de teus passos. Fechar os olhos pode resolver alguma coisa quando há tanta dor acumulada?

Não perca a chance de mostrar que o caminho é o teu caminho. Sem volta, sem volta.

domingo, 19 de agosto de 2007

E você, que nem tentou entender que o que eu mais precisava era de um apoio. Fosse teu, ou de qualquer um. Mas eram teus olhos que tomavam conta de mim naquela hora, tão alheios que não foram capazes de perceber que debaixo de toda aquela insegurança, batia um coração que pedia tua atenção.
Depois de quanto tempo isso ficará claro? Depois que teus olhos cansarem de toda aquela mesma paisagem, das coisas repetidas que insistes em olhar? Quem sabe assim consiga enxergar, talvez sentir como eu senti; e pode ser que ainda consigas encontrar um coração disposto a curar com dores, a ânsia que estarás sentindo. Talvez encontre alguém que possa repartir contigo o que eu tentei, que possa te mostrar um caminho melhor, não aquele mesmo e enjoativo no qual insistes em ficar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Nada do que eu pense agora, vai conseguir me levar pra longe de tudo, nem mesmo essa ânsia por novos caminhos, circundada por novas vozes e uns outros sorrisos.
É tudo tão negramente insubstituível. Com bastante esforço, até do teu hálito eu consigo lembrar, consigo senti-lo quente, bem perto de onde já esteve.
Se esvai junto com qualquer pensamento, a vontade que eu tive de te ter presente e tomando seu lugar.
Débil estranheza que me envolve, confunde dias cinzas com dias de sol, se mesclando todo o tempo. Confuso. Confuso como nunca deixou de ser, nem dessa, nem das outras, ainda mais das próximas vezes.
A falta não faz mais que a desgraça própria e o contentamento alheio, ou talvez o contrário. Senhores de destino, confiantes em si próprio... esses também perdem a razão vez ou outra. Mas admitem?
Não tenho mais razão há muito tempo. Bom, não tenho mais nada há muito tempo.